
O automodelismo é um hobby baseado em carros em escala reduzida que funcionam de forma semelhante a veículos
reais, mas são controlados à distância por rádio controle.
Esses automodelos são projetados para oferecer desempenho e realismo: possuem motor (a combustão ou elétrico),
pneus, suspensão, sistema de direção e diversas peças ajustáveis. A escala indica o tamanho do carro em relação ao
real. Por exemplo, um carro na escala 1:10 é dez vezes menor do que um carro de tamanho normal.
Se você está chegando agora no mundo do automodelismo, pode ser que tudo pareça um pouco confuso: diferentes tipos de carros, escalas, motores, pistas e até termos técnicos que não fazem parte do dia a dia de quem nunca teve contato com o hobby. Mas não se preocupe. Para te ajudar a dar os primeiros passos, reunimos aqui os conceitos básicos que você precisa conhecer para iniciar sua jornada
A escala indica o tamanho do carro em relação a um veículo
real. As escalas 1:8 e 1:10 são as mais comuns em competições.
1:10 - significa que o modelo é dez vezes menor que o carro
real.
1:8 - oito vezes menor.
1:14 e 1:16 - modelos menores, geralmente mais acessíveis e
fáceis de transportar.
Existem diferentes categorias, de acordo com o terreno em que são usados:
Pistas de asfalto
Pistas de terra










Os automodelos podem ser elétricos (EP) ou a combustão (NITRO):
• Utilizam motores que funcionam com combustível específico.
• Produzem som e fumaça, trazendo mais realismo.
• Requerem ajustes mecânicos frequentes
(carburador, vela, mistura de combustível).
• Mais usados por praticantes avançados e competidores.
• Usam baterias recarregáveis (geralmente LiPo).
• São mais silenciosos, limpos e fáceis de operar.
• Manutenção simples, indicado para iniciantes.

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Um dos precursores do RC foi o Tether Car, também chamado de "carro amarrado". Era um automodelo movido por motor a combustão interna, preso a um fio, que corria em círculos em alta velocidade. Nos EUA e Europa, havia competições para ver qual carro era mais rápido.

Era considerado um dos carros mais avançados e desejados da época. Equipado com os motores a combustão Dooling .61 e .29, era capaz de atingir velocidades superiores a 120 mph (cerca de 193 km/h), o que para os anos 40/50 era algo impressionante!

Após a Segunda Guerra Mundial, houve um avanço enorme na tecnologia de comunicação, principalmente por causa das pesquisas militares com rádios e eletrônicos miniaturizados (para aviões, mísseis e tanques). Isso permitiu que, nos anos 1950 e início dos anos 60, o rádio controle se tornasse viável para usos civis, incluindo hobbies como modelismo naval, aéreo e terrestre.
Os primeiros modelos RC surgiram em meados dos anos 60. Eles ainda contavam com motores de avião,
sendo modelos de dois tempos de 0,19 inch.
A Mardave (Model Auto Racing Development), fundada em Leicester, Inglaterra, foi uma das primeiras
fabricantes a lançar um automodelo RC comercial, o Mardave Meteor. De um modo geral, eram carros
elétricos, movidos por baterias de chumbo-ácido ou NiCd e motores simples. O rádio era básico, geralmente
com controle apenas de direção, feitos de materiais simples (chassis de alumínio ou fibra).

A Mardave foi essencial para popularizar o
conceito do RC car, tornando-o acessível
para clubes e entusiastas, dando origem às
primeiras corridas organizadas no Reino
Unido
O Japão logo se tornou um dos polos do
hobby. A Kyosho, fundada em 1963, foi
uma das pioneiras a produzir kits RC. Nessa
época, as corridas ocorriam exclusivamente
em pistas pavimentadas (onroad). Por volta
de 1967, empresas como WEN, Model Car
Enterprises e Associated começaram
popularizaram a produção de "kits" de
carros, que possibilitaram mais pessoas
montarem os próprios automodelos.

A escala 1/8 no mundo automodelismo surgiu na década de 1970. Essa escala foi inicialmente criada para equiparar os buggies RC aos modelos em tamanho real de buggies de areia (off-road), que estavam se tornando muito populares na cultura automotiva da época. Ser um automodelo ⅛ significa que, baseado em um Buggy, o carro controlado por rádio é 8 vezes menor.

A escala 1/8 no mundo automodelismo surgiu na década de 1970. Essa escala foi inicialmente criada para equiparar os buggies RC aos modelos em tamanho real de buggies de areia (off-road), que estavam se tornando muito populares na cultura automotiva da época. Ser um automodelo ⅛ significa que, baseado em um Buggy, o carro controlado por rádio é 8 vezes menor.

Em 1976, a Tamiya entrou no mercado com força, apresentando seu primeiro carro RC: o Porsche 934 Turbo, na escala 1/12, equipado com motor elétrico.
O primeiro Campeonato Mundial IFMAR da história aconteceu em 1977, na categoria 1/8 IC Track (On-Road), realizado em Pomona, Califórnia, EUA. O evento marcou o início da competição global de automodelismo, reunindo os melhores pilotos da época. O vencedor foi Butch Kroell, que conquistou o título com seu modelo movido a motor de combustão interna, estabelecendo um novo padrão para o esporte. Esse campeonato foi o ponto de partida para a evolução e profissionalização do automodelismo competitivo.


Já em 1979, a Tamiya revolucionou mais uma vez ao lançar o Rough Rider, ampliando os horizontes do hobby para terrenos off-road.
Tamiya Rough Rider (1979)
Revolucionou com resistência e ótimo desempenho na areia e terra.

Kyosho Circuit 20
Modelos movidos a nitro (combustão), começando a trazer motores cada vez mais potentes e chassis sofisticados.
A internacionalização e a organização do automodelismo foram fundamentais para transformar o hobby em um esporte competitivo e estruturado. Antes dos anos 1980, as corridas eram realizadas de maneira independente, sem regulamentos unificados. Com a criação de federações como a ROAR (Remotely Operated Auto Racers) nos EUA, fundada em 1967, e a EFRA (European Federation of Radio Operated Model Automobiles) na Europa, o esporte começou a ganhar mais reconhecimento e padronização.
Em 1979, foi fundada a FMAR (International Federation of Model Auto Racing), responsável por organizar campeonatos mundiais e estabelecer normas globais para as competições. Essa padronização incluiu regras detalhadas sobre categorias por escala (1/10, 1/8, etc.), tipos de motor (combustão ou elétrico) e classes de corrida (On-Road, Off-Road, Buggy, Touring Car, entre outras).
A partir daí, o automodelismo cresceu como um esporte competitivo profissional, com eventos oficiais e a participação de grandes fabricantes, tornando-se uma atividade reconhecida mundialmente.


Os anos 80 foram marcados por uma explosão na popularidade do hobby, particularmente na categoria off-road de escala 1/10.
O primeiro Campeonato Mundial IFMAR de Off-Road Elétrico em escala 1/10 ocorreu em 1985, em Del Mar, Califórnia, EUA. Na classe Stock, Jay Halsey venceu pilotando um Team Associated RC10. Na classe Modified, Gil Losi Jr. conquistou a vitória com um Yokomo YZ-834B
O Team Associated RC10, lançado em 1984, revolucionou o automodelismo off-road ao ser o primeiro buggy competitivo projetado nos EUA, dominando campeonatos com sua inovadora suspensão independente, chassi de alumínio anodizado dourado, transmissão eficiente e design focado em alta performance. Ele introduziu amortecedores a óleo de longo curso, diferencial avançado e pneus otimizados para terra, tornando-se imbatível nas competições. Seu impacto foi tão grande que definiu o padrão dos buggies modernos e consolidou a Team Associated como referência no segmento

Tamiya HotShot: A Tamiya lançou o HotShot em 1985, seu primeiro buggy off-road de corrida com tração nas quatro rodas (4WD), marcando uma inovação significativa na época.
Nos anos 90, o mundo dos carros de controle remoto atingiu velocidades impressionantes, com Kent Clausen registrando mais de 75 mph (120,7 km/h) com um RC10LSS. A década também viu a ascensão dos modelos movidos a gasolina na escala 1/10, como o Serpent Impact. Em 1992, Joel Johnson conquistou o primeiro Campeonato Mundial IFMAR de On-Road Elétrico de escala 1/10. Em 1994, a Associated lançou o RC10GT, seu primeiro caminhão a gasolina, enquanto a Tamiya expandiu sua linha com o TR15T. Esses avanços consolidaram o hobby, tornando-o mais veloz e diversificado do que nunca.


Baterias de Lítio (LiPo)
O avanço das baterias de lítio, como as LiPo, trouxe uma grande melhoria no desempenho e autonomia dos modelos elétricos. Elas são muito mais leves e oferecem maior potência do que as baterias NiMH.
Motores Brushless
Os motores brushless (sem escovas) são a última fronteira da tecnologia em automodelos, permitindo maior eficiência, maior velocidade e uma vida útil mais longa.
Rádios e Controle Remoto
O controle remoto moderno, com sistemas de telemetria e uso de giroscópios, o que proporciona um nível de controle e precisão muito maior. A comunicação 2.4 GHz é padrão, garantindo menos interferência nas corridas.

No Brasil, o hobby começou a ganhar popularidade durante as décadas de 1970 e 1980. Nesse período, os
modelos mais comuns eram importados, principalmente dos Estados Unidos e Japão, devido à ausência de
produção local. Os primeiros entusiastas geralmente tinham contato com o exterior e traziam esses
modelos para o país, promovendo o interesse e a disseminação do automodelismo.
Os primeiros automodelos utilizados no Brasil eram predominantemente carros de pista e off-road. Marcas
como Tamiya, Kyosho e Associated eram bem populares.

Um dos modelos mais icônicos no Brasil foi o
Maximus, produzido pela Estrela. Lançado no
início dos anos 1980, o Maximus era um buggy
off-road elétrico que se destacava pelo design
robusto e adaptabilidade às condições brasileiras.
Este modelo serviu como porta de entrada para
muitos brasileiros no hobby. Atualmente,
exemplares do Maximus são considerados
raridades e itens de colecionador.
Além do Maximus, a prática de vender kits de
montagem gradual por meio de revistas também
contribuiu para a popularização do
automodelismo no país. Esses kits permitiam que
entusiastas montassem seus próprios modelos,
peça por peça, incentivando o aprendizado e a
apreciação pelo hobby.
Os primeiros eventos de RC no Brasil frequentemente ocorriam de forma informal, com encontros em
estacionamentos ou parques. Um dos primeiros locais de destaque para corridas de RC, e que continua com
encontros regulares até os dias de hoje, foi o estacionamento do estádio do Pacaembu, em São Paulo, onde
corridas atraíam um número crescente de participantes e espectadores.
A formalização do esporte ocorreu com a criação de campeonatos estaduais e nacionais. O Campeonato
Paulista, iniciado em 1996, e posteriormente o Campeonato Brasileiro de RC, estabeleceram regras claras e
promoveram o automodelismo de rádio controle a um nível de reconhecimento e profissionalismo sem
precedentes no país.
Atualmente, o automodelismo no Brasil conta com diversas comunidades dedicadas a diferentes
segmentos do hobby. No passado, a principal forma de ingressar nesse universo era comparecendo a pistas
ou encontros presenciais na cidade mais próxima. Hoje, a NCR tem a missão de unir a comunidade,
oferecendo informações confiáveis e conectando os pilotos a eventos, campeonatos e a todos que fazem
parte do hobby no Brasil!
Confira os próximos eventos e encontros do ano.
O automodelismo evoluiu de encontros informais e importações limitadas para um esporte estruturado, com campeonatos nacionais e uma comunidade cada vez mais conectada. Dos primeiros modelos elétricos e a combustão às competições de alto nível, o hobby segue crescendo e inovando. Quer saber mais sobre como ele é hoje? Clique no botão abaixo e conheça todas as suas categorias e ramificações.
